confusão

Fica sem reação ao entrar no refeitório e não sabe se por conta do estupefaciente ou a situação singular do encontro dos dois desconhecidos naquele local tão familiar, entretanto não soa hesitante ao proferir o alto, grave e cordial “boa noite“ ao cidadão baixo e à adorável criatura que desconcerta-se ao vê-lo e não contém o sorriso quando o ouve. Sentada à janela, a mulher esforça-se para mantê-lo ao alcance dos olhos na esperança de que o contato os incendeie, a vontade arremesse um sobre o outro e, no choque, as roupas sejam violentamente arrancadas no intuito de fundirem-se. Dois confundem-se.